sábado, 29 de agosto de 2009


O JOVEM E A VOCAÇÃO:

Coragem para dizer sim ao chamado de Jesus!


“Quando o Senhor Jesus chamou meu coração, não fez um convite descuidado ou impensado. Não quis apenas ser gentil ou educado, mas deixou claro que havia algo importante a ser feito... Quando Ele me chamou, não fez promessas humanamente convincentes. Nada que me enchesse os olhos, apenas disse que me faria um pescador” (trecho da música Pescador, Grupo Logos).



Não encontrei definição contemporânea mais adequada que essa pra abrir nossa conversa sobre vocação. Logo de cara já vou alertando: vocação é coisa séria. Depois que mergulhei nessa vida, me inclinei a ouvir os mais variados testemunhos sobre o tema. Já houve quem tenha “jurado de pés juntos” que a confirmação de seu chamado fora em meio a fatos mirabolantes, como numa cena de filme, cheia de efeitos especiais. Outros menos eufóricos relataram que o veredicto final para que atendessem ao chamado do mestre se deu quando ouviram uma pregação, ou simplesmente quando oraram e sentiram intensa paz em seus corações.

Mas algo é comum a todos os vocacionados, sejam os movidos a experiências de 110 ou 220wts “espirituais”: todos eles tiveram que renunciar a algo. E essa é a fase mais difícil. Lembro-me como se fosse hoje o dia em que, aos 17 anos, no distante interior do Maranhão, com o coração dilacerado, tive que decidir abrir mão dos meus projetos pessoais, do aconchego do lar, da convivência ao lado dos primeiros amigos que tive nessa vida e do seio da igreja mãe para então poder dizer sim ao chamado do Mestre. Como foi difícil. Ainda mais quando imaginava que uma nova jornada seria iniciada em uma terra onde não conhecia uma pessoa sequer.

Mas uma decisão precisava ser tomada. Uma renúncia precisava ser feita. Tinha um desafio a ser aceito, mas para isso havia um oceano de coisas a serem deixadas para trás. E a parte onde precisamos renunciar a certas coisas é a mais difícil do processo.

Em relação a isso, lembro-me da palavra desafiadora do Pr. Fernando Brandão, executivo da JMN, dirigindo-se a jovens, provocando-os: “está na hora de vocês sacrificarem os seus Isaques” (cf. Gn 22). É muito difícil quando Deus faz isso conosco. Quando ele pede aquilo que temos de mais valioso; quando Ele “teima” em nos querer frutificando em outro lugar, que não o da nossa escolha; quando insiste em ceifar nossos muitos e coloridos sonhos, substituindo o bisturi, estetoscópio, livros de Direito, calculadora, esquadros, fórmulas, projetos arquitetônicos e tantas outras ferramentas de trabalhos que nos enchiam os olhos por nada mais que uma rede de pesca em forma de Bíblia. É exatamente aí que descobrimos o quanto custa caro “sacrificar os nossos Isaques”. Mas se quisermos estar no centro da vontade de Deus, sendo homens e mulheres segundo Seu coração, precisaremos começar a “separar a lenha para o holocausto, levantar e ir ao monte do sacrifício” (v.3), assim como o fez, na antiguidade, Abraão.

Gostaria de desafiá-lo nesse momento a dedicar os melhores anos da sua vida ao Senhor nosso Deus. A única garantia que posso lhes dar é que nada nesse mundo é mais poderoso que uma vida nas mãos de Deus. Como nossa saudosa poetisa Myrtes Mathias um dia bem lembrou, “se te dispões, Cristo salvará o mundo através de ti”.

Prometer que apenas dias floridos e ensolarados preencherão sua caminhada vocacional não passa de propaganda enganosa. Vez por outra atravessamos vales profundos, cheios de perigos e temores. Aqui e acolá experimentamos bem de perto os estragos que fazem os espinhos do ministério, manifestados em forma de hostilidade, ingratidão, insubmissão, desafetos e muitas outras mazelas geradas nos corações de alguns. Mas nada disso se compara ao suave perfume que exala das rosas plantadas pelo Senhor nesse mesmo jardim. Além do mais, o Jardineiro nos segura pela mão e ao pé do nosso ouvido sussurra “que nunca nos deixará, nem nos abandonará, mas estará conosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28.20).

Que o seu medo não seja de a algo renunciar e nem dos problemas que, como um dia reconheceu o Apóstolo Paulo, era a única certeza que ele tinha, pois “não sabia o que lhe haveria de acontecer, senão que de cidade em cidade lhe esperavam prisões e tribulações” (At 20. 22,23, adaptado). Apesar disso ele não desanimou. Prosseguiu firme. Isso somente foi possível porque ele sabia que nada nem ninguém jamais poderia separá-lo do amor de Deus que era manifestado através de Cristo Jesus (cf. Rm 8).

Que o seu medo seja, acima de tudo, o de ter uma vida cristã irrelevante. Dias sombrios e tenebrosos, inevitavelmente, virão. Mas estaremos seguros nas mãos e no amor de nosso Deus.

Oro a fim de que o Senhor possa usar-nos, fazendo-nos o que de melhor a nossa geração terá produzido. Oro ainda para que assim como o Apóstolo Paulo possamos, segura e alegremente, afirmar que “em nada temos a nossa vida por preciosa, contanto que cumpramos com alegria a nossa carreira, e o ministério que recebemos do Senhor Jesus, para darmos testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20.24, adaptado).

Francisco Helder Sousa Cardoso

Presidente da Juventude Batista do Pará (JUBAPA)

Seminarista do STBE/FATEBE – Belém (PA)

fheldersc@yahoo.com.br

Acesse meu blog: http://franciscohelder.wordpress.com/

2 comentários:

  1. Deus abençoe a vida desse servo que foi instrumento vivo e pleno pra me edificar!

    Eu tenho um chamando!

    Abraços do irmão Luiz Henrique

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  2. Entaooo, verdade!!
    Temos mto medo de aceitar o chamado de Deus, mas qdo aceitamos apenas desafios são enviados!

    Mto bom o texto e visite nosso blog: http://jovensibpp.blogspot.com/

    Absss

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